João Rodrigues ativa o modo crítico e Jorginho Mello não irá responder

Na passagem por Criciúma, Forquilhinha, Braço do Norte e Tubarão, nos últimos dias, o prefeito João Rodrigues, de Chapecó, tem exercitado um novo estilo na pré-campanha ao governo pelo PSD, quando deu início a uma série de críticas pontuais à administração de Jorginho Mello (PL). Dois alvos foram as primeiras manifestações: a nomeação da reitora Luciane Ceretta, licendiada da Unesc e da presidência da Acafe, como secretária estadual de Educação, por tabela no programa Universidade Gratuita, e a ausência do atual governador na passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

João vê um privilégio às universidades comunitárias na investidura de Luciane Ceretta, enquantoi acredita que é necessária, neste momento, a atenção ao ensino médio, “que precisa ser técnico e ensinar uma profissão aos alunos”. Quanto ao Universidade Gratuita, o prefeito de Chapecó declarou que “o dinheiro público deve ir para o estudante pobre, e não para pagar a conta da universidade. O foco precisa estar no aluno, e não na instituição”, enquanto crescem as manifestações de jovens que não conseguiram acesso ao programa, um dos carros-chefes de Jorginho.

Solto e natural, João arriscou até fazer um cheese-salada, ou x-salada, como queiram, depois de visitar um tradicional estabelecimento em Criciúma, como direito a usar uma de suas tiradas “o ‘x’ de Criciúma realmente é excelente. Preparado por mim fica melhor ainda”.

Confronto de ideias sobre Lula

João Rodrigues disparou contra a ausência de Jorginho Mello (PL) na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Siva (PT), na quinta-feira (29), que marcou a reabertura do Porto de Itajaí, e marcou território ao dizer que o governador desperdiçou um oportunidade importante para defender os interesses de Santa Catarina.

“Se eu fosse governador, teria ido. Não para aplaudir ou puxar saco, mas para cobrar. Seria vaiado do começo ao fim, mas perguntaria ao presidente como ele chegou a Itajaí: de helicóptero ou nadando? Porque, se tivesse vindo pela BR-101, veria que está praticamente intransitável”, afirmou o autêntico João, que sempre foi ferrenho adversário do PT, bem antes que existisse o bolsonarismo e que a direita fosse simbolizada pelo ex-presidente.

Para o pré-candidato do PSD, o Estado segue esperando por investimentos concretos do governo federal, especialmente na recuperação das rodovias. “É preciso ter coragem para olhar nos olhos e cobrar o que é justo para o nosso Estado. Não é sobre afinidade política, é sobre responsabilidade com os catarinenses”, concluiu.

João será o protagonista de um grande evento do PSD, no próximo dia 5 de junho, em Criciúma, que reunirá lideranças políticas, militantes e apoiadores para debater três temas fundamentais para Santa Catarina: rodovias estaduais e federais, população em situação de rua e segurança pública.

Governador rebateu o ministro dos Portos

Jorginho não deve se manifestar, por ora, em função das posições de João Rodrigues, garante a assessoria do governador. Mas pode mudar de ideia. Demorou algumas horas, no dia seguinte à visita de Lula, para responder ao ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), que o chamou de “ingrato” por não agradecer a Lula.

Não foi uma declaração qualquer, até porque Cost Filho é deputado federal pelo Republicanos, partido que esteve com Bolsonaro, em 2022, e faz parte da base de Jorginho, tanto que o irmão do governador catarinense, Juca Mello, é vice-presidente estadual da sigla.

Nesta sexta-feira (30), Jorginho divulgou uma série de vídeos nas redes sociais onde desdenha a visita presidencial e ironiza o ministro. Assista ao que o governador divulgou: