Florianópolis enfrenta dias de incertezas no transporte público. A greve dos motoristas e cobradores causou paralisações nesta segunda-feira (16), e segue sem previsão de fim. Uma nova reunião entre sindicato e empresas está marcada para esta terça-feira (17), mas o impasse continua.
“A mobilização segue e busca sensibilizar os patrões e as instâncias públicas a voltarem às negociações com uma proposta que atenda de maneira dignas os anseios dos trabalhadores“, informou o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano Rodoviário da Grande Florianópolis (Sintraturb).
Desde a semana passada, trabalhadores do setor estão mobilizados por melhorias salariais e condições mais dignas de trabalho.
O movimento teve início após uma assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano Rodoviário da Grande Florianópolis (Sintraturb), na noite de quarta-feira (11), quando foi rejeitada a proposta de reajuste de 6%, aumento de 10% no vale-alimentação (chegando a R$ 1.258,00), além de mudanças no plano de saúde e gratificações.
Greve no transporte público
Nesta segunda-fera, a segunda paralisação teve início ainda na madrugada, com protestos que “seguiram a decisão judicial de manter os manifestantes a pelo menos 200 metros dos portões das garagens”, conforme o Sintraturb. A ação deixou passageiros sem ônibus em diversas regiões, principalmente no Sul da Ilha.
Segundo a prefeitura, as paralisações são pontuais, mas a situação já afeta a rotina de milhares de pessoas. A Guarda Municipal acompanha os atos e liberou o uso de vans privadas para reduzir os impactos à mobilidade.
Do lado das empresas, o clima é de ruptura. Em comunicado divulgado na noite de segunda, o Setuf (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo) informou que está retirando a proposta feita anteriormente aos trabalhadores, “diante das paralisações ocorridas”.
“A proposta havia sido entregue ao sindicato laboral no dia 11 de junho, com a condição de que não houvesse paralisação dos serviços. Apresentamos os pontos principais da proposta, que não está mais válida”, diz o comunicado do Setuf.
Leia o comunicado do Setuf na íntegra
“Atenção! O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis, vem a público informar que, diante das paralisações ocorridas, está sendo retirada a proposta que havia sido construída com esforço e responsabilidade para avançar nas negociações com os trabalhadores do setor.
A proposta havia sido entregue ao sindicato laboral no dia 11 de junho, com a condição de que não houvesse paralisação dos serviços. Apresentamos os pontos principais da proposta, que não está mais válida.
Considerando ao salário, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), é de 5,32%. Foi proposto 6%. O ganho real seria de 0,68%. Quanto ao vale alimentação, o INPC é de 5,32%. Foi proposto 10%. (0:52) O ganho real seria de 4,68%. Quanto a dirigir sozinho, o INPC é de 5,32%. Foi proposto 10%. O ganho real seria de 4,68%.
Além desses itens, as empresas também atenderam previamente as seguintes reivindicações: Pagamento do vale alimentação até o primeiro sábado de cada mês. Pagamento integral dos exames toxicológicos. Outras demandas de caráter operacional.
Lamentamos que, mesmo com todos os esforços de negociação e concessões feitas, a paralisação tenha sido realizada, prejudicando milhares de usuários do transporte público.
Reafirmamos nosso compromisso com o diálogo responsável e equilibrado, mas, diante do rompimento da condição previamente acordada, a proposta apresentada está oficialmente retirada, ficando como proposta econômica o reajuste pelo INPC“, diz o comunicado do Setuf.
Negociações e possibilidade de novas paralisações no transporte
A expectativa agora gira em torno da reunião de conciliação marcada para esta terça-feira, às 14h, no Ministério Público do Trabalho. Representantes das empresas, do sindicato e autoridades devem participar da tentativa de negociação.
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Fonte: https://scc10.com.br/transporte/greve-no-transporte-publico-de-florianopolis-o-que-esperar-nesta-terca-17/