Foi um namoro de meses com desfecho programado para 29 de abril, terça-feira da próxima semana, quando ocorrerá o anúncio oficial da federação que reunirá o PP e o União Brasil, que passarão a se declarar União Progressistas. A costura foi feita pela cúpula nacional e praticamente bateu o martelo de que o ex-comandante da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), será o presidente da nova estrutura. Os atuais presidentes são o senador Ciro Nogueira (PP-RN) e o advogado e empresário Antônio Rueda, que posaram para uma foto, na noite desta quarta-feira (23), durante um aniversário, em Brasília.
A repercussão em Santa Catarine será representada por seis cadeiras na Assembleia (Altair Silva, José Milton Scheffer, Pepê Collaço, Jair Miotto, Marcos da Rosa e Sérgio Guimarães), um deputado federal, Fábio Schiochet, e um senador, Esperidião Amin. No parlamento catarinense, a federação cria a segunda maior bancada da Casa, ao lado do MDB, um espaço e tanto para quem já tem, entre outras, uma posição na segunda secretaria da Mesa Diretora e a presidência da poderosa Comissão de Constituição e Justiça.
A federação surge em um momento delicado para os pepistas catarinenses, depois que a atual direção lançou um documento para reforçar que não há previsão de convenção para resolver problemas internos, o que sugere uma ruptura. Há também a dúvida sobre quem irá assumir a presidência da federação no Estado: hoje o ex-deputado Leodegar Tiscoski lidera o PP, enquanto o deputado Fábio Schiochet comanda o União.
Candidato à Presidência depende de viabilidade
Integrantes da centro-direita, PP e União deverão ficar quatro anos juntos, como uma única sigla, como prevê o modelo previsto na regra eleitoral brasileira. A presidência será rotativa entre as siglas, com trocas a cada seis meses inicialmente, mas a força será medida no Congresso, onde terá a maior bancada de deputados federais e a segunda maior do Senado, com 13 parlamentares, atrás apenas do PSD (15) e à frente do PL (12).
Integrantes da cúpula nacional já afirmaram que não há compromisso com nenhum nome pré-lançado para disputar o Palácio do Planalto, embora o governador Ronaldo Caiado, do União de Goiás, já apareça como presidenciável. Caiado ainda luta contra a inelegibilidade decretada pela Justiça Eleitoral goiana, por abuso do poder político na durante a campanha de 2024, na eleição de Sandro Mabel (União), em Goiânia.
A definição do nome da federação à Presidência ficará para o ano que vem, e a opção será por quem demonstrar uma vitória mais viável. Caiado continuará como pré-candidato. Já no PP, o nome da ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, hoje senadora por Mato Grosso do Sul, também ligada ao agronegócio, desponta.
Quais as federações que existem no país
Desde que foi instituída a figura da Federação Partidária, o Brasil já construiu três estruturas, a maioria para salvar partidos que não alcançaram a cláusula de desempenho na Câmara, não elegeram no mínimo sete deputados federais, e perderam o tempo de rádio e TV, Fundo Partidário e Fundo Eleitoral.
PSOL e Rede Sustentabilidade formam uma; PSDB e Cidadania, outra; e PT, PCdoB e Partido Verde, mais uma. Há grande expectativa de que o PSD e o PSDB constituam uma nova federação nacional, que incluiria o Cidadania, mas as conversas parecem ter empacado.
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Fonte: https://scc10.com.br/colunistas/roberto-azevedo/pp-e-uniao-juntos-terao-seis-deputados-estaduais-um-federal-e-um-senador-em-sc/