A seca extrema que atingiu o Rio Madeira este ano revelou os restos de um navio do século XIX que naufragou na passagem do Pedral do Marmelo, em Manicoré, Amazonas. Marinheiros e pescadores viram os destroços pela primeira vez em setembro.
Caio Giulliano Paião, doutor em história social, explica que a identificação do navio ainda precisa de mais pesquisa e comparação com livros sobre navegação na Amazônia. No entanto, ele acredita que se trata de uma “chata” norte-americana, feita para navegar em águas rasas.
Ele afirma que o navio foi provavelmente construído entre a segunda metade do século XIX e o início dos anos 1900. O historiador menciona alguns naufrágios conhecidos na região que podem se encaixar nas características do navio encontrado, como os vapores Içá e Canutama, além da lancha Hilda.
Beatriz Calheiros, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), diz que ainda não há informações suficientes sobre o contexto histórico do navio.
A seca também permitiu que os moradores do Rio Madeira vissem o navio naufragado completamente pela primeira vez. Embora partes dele já tivessem aparecido em secas anteriores, em 2024 a embarcação ficou totalmente visível.
Claudiomar Araújo, chefe de máquinas de uma empresa de balsas na área, comentou: “Nas secas do Madeira já chegou a aparecer a ponta dele, era até usado como referencial, mas era muito raro acontecer. Este ano foi a primeira vez que ele apareceu mesmo. Eu trabalho há quase 15 anos viajando pelo Madeira e sempre seca muito, mas raramente a gente via algo do navio”.
*Com informações de Portal Norte
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